O nosso ano, negros e o mercado imobiliário

Mercado Imobiliário Dez 09, 2020

Todos os anos, inúmeros casos de racismo ocorrem, em todo o mundo. Em 2020 não foi diferente. Nem mesmo a pandemia foi capaz de gerar mais empatia e respeito a todos, e casos de racismo ocorridos em 2020 geraram uma onda de protestos e revolta social.

Nem mesmo a pandemia foi capaz de gerar mais empatia e respeito a todos. Photo by Jon Tyson / Unsplash
Nem mesmo a pandemia foi capaz de gerar mais empatia e respeito a todos. Photo by Jon Tyson / Unsplash

Diversidade no mercado imobiliário

Diversidade, equidade, representatividade... Todas essas são palavras que começam a ser debatidas dentro de vários grupos de empresas hoje no Brasil. Porém, isso não se aplica ao mercado imobiliário. Um mercado que - assim como outros - tem como a maioria de seus decisores homens brancos, héteros, cis e de classe alta.

Por razões históricas, que vamos ignorar momentaneamente, a desigualdade social e econômica tem cor no Brasil. Hoje, a sociedade começa a despertar para o dever de se tornar mais justa para todos, e assim, rever os erros do passado para, no mínimo, atenuar os malefícios de toda a construção social desigual sobre a qual a sociedade brasileira está.

Qual a representatividade dos negros no mercado imobiliário?

Negros ocupam menos cargos de gestão mesmo sendo tão capacitados quanto gestores brancos. Pode-se afirmar que cerca de 50% da força de trabalho brasileira é parda ou negra, e que por mais que 47,8% desses profissionais tenham ensino superior, apenas 0,7% deles ocupem posições de diretoria. Não há indicativos de que a situação seja diferente nas empresas do setor imobiliário.

Negros ocupam menos cargos de gestão mesmo sendo tão capacitados quanto gestores brancos. Photo by Christina @ wocintechchat.com / Unsplash
Negros ocupam menos cargos de gestão mesmo sendo tão capacitados quanto gestores brancos. Photo by Christina @ wocintechchat.com / Unsplash

Não há sequer dados de fácil acesso sobre negros no setor, o que por si só já é um dado: nos informa que essas empresas não estão preocupadas com a diversidade ou a inclusão.

Nos EUA, por exemplo, há a Associação de Profissionais Imobiliários Afro-Americanos. Iniciativas como essas não existem no Brasil, mesmo que o debate sobre inclusão e racismo nunca tenha sido tão aferrado.

A desigualdade existe!

Parece fácil ignorar que existe uma população negra e parda no Brasil, quando vivemos em uma nação tão miscigenada, mas cheia de cores e linhagens diferentes. Olhando para os dados, vemos que nosso país está longe de ser livre de problemas raciais, uma vez que 76% dos brasileiros negros afirmam já ter presenciado episódios de discriminação racial no ambiente de trabalho e o salário médio de pessoas brancas chega a ser 159% maior que o de pessoas negras.

A diversidade é o caminho

Combater o racismo é uma questão de justiça: é questão de equalizar as oportunidades para que toda pessoa possa trilhar o caminho que decidir seguir, sem ser impedida por qualquer inibidor social, racial ou cultural.

No entanto, prezar pela diversidade não é apenas uma questão moral, ou de fazer justiça; é questão de gerar inovação para as empresas e um ambiente de respeito e bem-estar para todos os envolvidos, sejam funcionários de qualquer nível, dentro das organizações.

Times diversos geram resultados financeiros melhores e um ambiente mais profissional mais feliz e produtivo. Photo by Christina @ wocintechchat.com / Unsplash
Times diversos geram resultados financeiros melhores e um ambiente mais profissional mais feliz e produtivo. Photo by Christina @ wocintechchat.com / Unsplash

Além disso, a edição de 2020 do estudo anual Diversity Matters ("Diversidade Importa") realizado pela consultoria McKinsey mostrou que times diversos geram resultados financeiros melhores e um ambiente mais profissional mais feliz e produtivo.

Há muito o que fazer

Há um longo caminho rumo a superação do racismo. Há problemas raciais de toda a gama de complexidade, dos mais superficiais aos mais estruturais. Por mais que um futuro totalmente justo e sem racismo pareça distante, ou até impossível de ser alcançado, mãos à obra contra o racismo! Pessoas são preteridas, sofrem, e morrem todos os dias por causa do racismo. Não podemos fazer parte do problema.

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Pedro Lopes

Formado em Sistemas de Informação na UFMG, Pedro entende de tudo: marketing, vendas, produto e tecnologia. COO da Kapputo, ele é o nerd que gosta de esportes, musica, esoterismos e de se comunicar!

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