Coronavírus e novas tendências para a habitação urbana
As pandemias sempre mudam o nosso estilo de vida. As medidas sanitárias de contenção de doenças transformam não só os hábitos da população, mas também sua forma de moradia.
Durante os surtos de cólera do século XIX, houve um entendimento de que as condições de habitação urbana tinham influência na saúde pública, e foi assim que o que era, na época, uma inovação ou um “luxo”, tornou-se imperativo em todas as casas: o encanamento interno.
Surtos de tuberculose levaram a melhorias nos sistemas de filtragem e cloração para tratamento de água, assim como a criação de leis, nos Estados Unidos, que exigiam que cada unidade habitacional tivesse seu próprio banheiro, como medida sanitária.
Esses e outros exemplos mostram que as tendências na saúde pública tem efeito direto nas tendências da habitação urbana.
As tendências pós-pandemia
Algumas das tendências que surgiram com a pandemia de 2020 foram:
Redução do uso de serviços compartilhados: a pandemia impôs o isolamento social, o que não combina com caronas compartilhadas ou transporte coletivo.
Trabalho remoto: o isolamento social nos levou a trabalhar de casa, o que exige internet de alta qualidade e estabilidade, o que nem sempre é a realidade da população.
Tecnologias e serviço “sem contato”: a alta transmissibilidade do vírus também levou a darmos preferência a meios “sem contato” ou “sem toque” de realizarmos as atividades do dia-a-dia, desde realizar pagamentos a entrar em um prédio.
Como as tendências podem mudar a habitação urbana
A redução dos serviços compartilhados como as caronas compartilhadas, transporte por aplicativo, e o transporte coletivo podem levar a um aumento do uso individual de carros. Isso por sua vez, levará a um aumento de demanda por apartamentos ou casas com estacionamento, como também ao aumento da demanda por estacionamentos em si.
O trabalho remoto, que exige internet de alta qualidade, também leva-nos a priorizar soluções para internet estável de boa qualidade, como a solução 5G para os meios urbanos. Com a exigência generalizada por internet de banda larga, espera-se que as propriedades possam prover as soluções para essa demanda.
Realizar as atividades diárias sem ter contato com outros indivíduos ou superfícies também levam a priorização de “espaços (e outras soluções) livres de contato”, como portas sem chave. Além disso, muitas pessoas tem optado por realizar visitas virtuais ou autoguiadas a imóveis, visando reduzir o contato.
Um esforço de todos
Assim como outras pandemias trouxeram às habitações amenidades que hoje são indispensáveis, o coronavírus também trouxe a sua contribuição. Foi previsto que o coronavírus contribuiria para as inovações em internet das coisas e cidades inteligentes, e é provável que essas contribuições sejam observadas nos próximos anos. Espera-se que não apenas os proprietários se preocupem em disponibilizar propriedades inteligentes, mas que desenvolvedores e designers também encontrem soluções para as novas demandas pós-pandemia.